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Tableau Assemblage (sans titre), 160 x 110 x 15 cm, 1991.jpg
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Sans Titre (Tableau-Assemblage), 1990, Bois (Imbauba sauvage), branches, colle et pigments

Quadros-montagens

Os quadros-montagens de Frans Krajcberg seguem a mesma abordagem: dar nova vida ao que está morto. O menor detalhe natural, que nossos olhos se esquecem de observar, pode nos permitir reconectar com a natureza. Elementos díspares, recolhidos no coração da natureza — pedras, cipós, corais, folhas, madeira... — tornam-se universos inteiros aos quais a luz ou o movimento imperceptível de um inseto devolve vida.

 

As flores vermelhas

Nos anos 1960, em Paris, Frans Krajcberg realiza uma primeira série de quadros/montagens feitos de flores esculpidas, cobertas com pigmentos naturais de cor vermelha, a cor do fogo e da força. Sua abordagem está mais próxima da reprodução do que da reapropriação. Suas flores pintadas emanam uma violência que associa a força da vida — o vermelho — a um símbolo da morte, pois para ele a flor carrega em si algo de mórbido.

Quadros-montagens de fragmentos naturais

Frans Krajcberg trabalha seus quadros-montagens feitos de fragmentos naturais aplicando uma mistura de terra e cola sobre papel seco ao sol, sobre o qual eles são redesenhados. Ele também pode realizar colagens simples sobre painéis de madeira. Seus “quadros-montagens” “cenografam” os elementos apresentados, destacam sua beleza natural para desenvolver novas formas, novos universos, novas mensagens.

Seus primeiros quadros com pedras mostram a pedra viva e vibrante, sem artifício. Matéria e cor são brutas. Nenhuma obra é feita a partir das mesmas pedras. Ele coleta minuciosamente quartzos, granitos, ametistas, cristais... Transparentes ou opacas, arredondadas ou pontiagudas, as pedras revelam um mundo de formas e cores inigualáveis e vibrações insuspeitadas.

Design sans titre-5.png
Sem Título pedras policromadas sobre madeira 68 x 68 cm.jpg

Segundo Thérèse Vian, “os quadros de pedras de Krajcberg são um convite silencioso a um devaneio sem fim, um espaço de reflexão que se abre sobre a Natureza, sobre o Homem, o visível e o invisível. Um devaneio de solidez, de dureza e de resistência, que, relacionado à sua obra, destacaria seu passado doloroso, sempre subjacente. Esse passado que nunca o abandona e que o teria tornado, em aparência, tão duro e cortante quanto a pedra. Essa vontade de evocar imagens cortantes revela, sem dúvida, no artista a necessidade de realizar uma verdadeira operação cirúrgica que cortasse a fundo esse passado doloroso. A pedra teria, portanto, desempenhado um papel libertador para o artista, que já não tinha, no final da vida, a mesma necessidade de usá-la. Ela continuará presente em seus trabalhos posteriores, mas não de forma tão marcante. Passará a ser apenas um elemento de adorno estético, que embelezará suas árvores calcinadas.”

“Minha conclusão é que sou mais pobre que a natureza, que ela cria muito mais do que eu. Eu via ali todas as formas que acreditamos inventar, e nós não inventamos nada. Eu queria dominá-la. Fazia quadros com pedras em Minas Gerais e via que, na própria natureza, elas eram muito mais expressivas, muito mais vivas do que os quadros que eu havia feito, então eu abandonei”, Frans Krajcberg.

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